28/03/2017 às 10h41min - Atualizada em 28/03/2017 às 10h41min

Secretaria de Saúde de Óbidos anuncia medidas para o combate à febre amarela no município

Melina Braga descartou casos suspeitos no município, e anunciou o planejamento para a imunização da população, mesmo com o número insuficientes de doses para realizar uma cobertura eficiente.

Por: Érique Figueirêdo
Ascom/PMO
Fotos: Odirlei Santos – Ascom/PMO

ÓBISDOS - A secretária de saúde, Melina Braga, divulgou durante entrevista coletiva concedida na segunda-feira (27), as medidas preventivas adotadas pela Prefeitura Municipal de Óbidos, no oeste do Pará, para assegurar a imunização da população, contra a febre amarela. Os recentes casos de mortes de primatas e até de humanos, em decorrência da doença, tem alarmado os moradores da cidade e do interior, que têm acompanhado com preocupação a evolução da febre amarela nos municípios vizinhos de Alenquer e Monte Alegre.

Melina assegurou que a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), enviou um carregamento extra de doses da vacina. A expectativa é que fossem enviadas 2 mil doses, no entanto, apenas 800 doses chegaram para o município obidense.

Com o número insuficiente de doses para fazer o bloqueio nas áreas de fronteira com os municípios onde os casos foram registrados, e o trabalho de rotina nos postos de saúde, as vacinas foram redistribuídas conforme as prioridades. “Distribuímos 50 doses para os postos de maior demanda como: Zuraia Conte Galte [Centro da cidade], e o Centro de Saúde de Óbidos [bairro Cidade Nova], já que nessas unidades atendemos também as demandas da área rural. Nos demais postos da cidade apenas 25 doses foram ofertadas. 600 doses serão usadas para fazer o bloqueio, ou seja, a vacinação, nas estradas de Óbidos até o Flexal, e Óbidos até a divisa como o município de Alenquer”, explicou a secretária de saúde.

Braga ratificou durante a entrevista que não há nenhum caso confirmado ou mesmo suspeito de febre amarela em todo o território do município de Óbidos. “A gente tem os casos das mortes dos macacos, mas nada confirmado que seja de febre amarela. Então eu peço encarecidamente à população que não mate macacos, que não tente vê-los como o causador da febre amarela. Já recebemos até casos de comunitários que mataram a tiro ou a pauladas os macacos e informaram a secretaria que havia animais mortos suspeito da doença, quando chegamos lá, constatamos que foram animais mortos por humanos”, relatou Melina, ressaltando o problema que essas informações falsas causam as equipes da Vigilância Epidemiológica.

Imunização

A secretaria de saúde irá ministrar as vacinas de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. Crianças que ainda não foram vacinadas receberão a primeira dose, e a segunda após trinta dias. Adultos que não foram vacinados, também serão imunizados, e a próxima dose poderá ser tomada em um intervalo de dez anos.

No caso das gestantes a vacinação é proibida, exceto quando há recomendação médica. O mesmo critério é válido para idosos, diabéticos e hipertensos.

O trabalho de bloqueio nas fronteiras do município iniciará a partir de terça-feira, 28 de março, conforme o plano de imunização traçado pela secretaria de saúde.

Sintomas

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Transmissão

A febre amarela é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus.

Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.

Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.


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