08/03/2017 às 18h17min - Atualizada em 08/03/2017 às 18h17min

Porque precisamos de um dia especial às mulheres?

Por: Walmir Ferreira
Foto: Portal Obidense

Muito já se discutiu sobre a homenagem às mulheres no dia 08 de março. Por que um dia especial a elas? Qual a importância disto? Por que os homens não recebem um dia só para eles também? Há diversas razões culturais, sociais, morais e éticas para homenagear o sexo feminino, não por feminismo, mas pelo legítimo fato de celebrar a importância da mulher na sociedade.

"Hoje 8 de março... Nós mulheres ocupamos diferentes posições na sociedade brasileira, nos colocamos hoje perante o dever de reafirmar a importância da luta feminina na nossa sociedade." Diz Cris Souza, Assistente Administrativo.

O violeta foi a cor escolhida no Brasil para simbolizar o apoio ao movimento deste Dia Internacional da Mulher. É fato que muita coisa mudou desde a instituição do Dia Internacional da Mulher, no início do século XX. Elas conquistaram os direitos de trabalhar, de votar, de se candidatar a cargos públicos. Mas, mesmo que para muitos e muitas a questão possa parecer resolvida, os dados mostram que homens e mulheres ainda não têm condições iguais de vida no Brasil e no mundo. Ainda é necessária uma data para lembrar isso.

1. As mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais por semana que os homens. Considerando a jornada dentro e fora de casa, elas somam 53,6 horas de trabalho e eles, 46,1. Aqui, a boa notícia é que os homens com maior nível de renda trabalham mais em casa, ajudando a equilibrar o jogo: 57% dos que ganham entre 5 e 8 salários mínimos dizem realizar afazeres domésticos, ante 49% entre os que têm renda de até um salário mínimo.

2. As mulheres ganham, em média, 75% do salário de um homem no mesmo cargo – e a diferença aumenta de acordo com a escolaridade. Aquelas que têm Ensino Superior Completo ganham, em média, 66% do que os homens de igual formação em função semelhante. Além da diferença salarial, as mulheres têm dificuldade para ascender na carreira. São maioria entre os estagiários (58%), mas representam 38,8% dos cargos de supervisão, 31,3% dos postos de gerência, 13,6% das posições executivas e só 11% das vagas em conselhos de administração.

3. Quatro mulheres morrem por dia no Brasil por complicações do aborto, e 200 mil são internadas por ano ao tentar interromper a gravidez. Antes que alguém julgue essas mulheres, onde estão os homens que as ajudaram a engravidar? Na maioria das vezes, abortaram de sua responsabilidade bem antes desse momento.

4. Enquanto 17% dos homens dizem terem sido vítimas de agressão física dentro de casa, 43% das mulheres relatam o problema. Já no ambiente público, 80% dos homens relataram agressão, ante 49% das mulheres.

5. O Brasil tem a 11ª maior taxa de homicídios do mundo: são 32,4 assassinatos por 100 mil pessoas. É verdade que 80% das vítimas são homens – um problema gravíssimo que afeta a expectativa média de vida masculina. Mas, entre as mulheres, 38% são mortas pelos próprios parceiros. O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídios do mundo.

6. Só 10% dos parlamentares e 5% dos chefes de Estado são mulheres. Isso dá ao País a posição de número 86 num ranking com 140 países. Considerando todos os outros critérios – como acesso a saúde, educação, crédito e situação no mercado de trabalho -, o Brasil está em 79º na lista da desigualdade de gênero, atrás da maioria dos países da América do Sul.

7. Segundo os números oficiais, uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos. Considerando que muitas deixam de denunciar a violência, a frequência pode ser de um caso por minuto, ou mais de meio milhão de mulheres vítimas a cada ano.

"Temos o que comemorar sim, afinal foram muitas lutas para conseguirmos o espaço que temos hoje perante a sociedade. Mas, ainda nos falta bastante para termos os mesmo direitos perante a sociedade e estamos batalhando e muito para sermos reconhecidas. Infelizmente ainda e muito essa falta de respeito, em varias questões, salário, violência e varias outras questões. Mas aos poucos estamos conquistando e a sociedade vem reconhecendo o nosso esforço." Acrescenta Cris que também é Técnica em Informática e trabalha com Recursos Humanos.


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