26/12/2016 às 09h48min - Atualizada em 26/12/2016 às 09h48min

Time de futsal surpreende em temporada e é destaque no Cenário Paraenses.

Por: Taion Almeida/Diário do Pará
Foto: Diário do Pará

PARÁ - A ilha do Marajó é famosa por diversas qualidades. Pelas comidas típicas, pela natureza exuberante – com direito a lindas praias e olhos d´água em Soure, Salvaterra e Joanes – e as raízes culturais, como a famosa cerâmica marajoara. Embora o esporte seja tão praticado na ilha quanto no resto do estado, não é uma região que vem à mente quando se pensa em competições e equipes esportivas. Mas é uma realidade que pode estar prestes a mudar graças a uma equipe de futsal da pequena cidade de Curralinho – o Hoollygans.

Com 10 anos de fundação, o time foi um dos protagonistas do futsal paraense na temporada 2016 ficando com o título do Torneio Bené Aguiar, no primeiro semestre, e do Campeonato Paraense Adulto, no segundo. Os resultados colocaram o time na condição de disputar competições nacionais na próxima temporada, o que era o objetivo desde o princípio.

“Estou nesse projeto desde o começo, quando fui chamado pela diretoria e escolhemos a dedo os atletas que iriam compor nosso time. Fizemos uma pré-temporada forte em janeiro mirando a vaga nas competições nacionais. Com essas conquistas, ganhamos o direito de disputar a Liga Norte e a Taça Brasil de Futsal no ano que vem”, comentou o técnico Alexandre Torres.

Para entender

Por que Hoollygans? 

O nome do clube é inspirado na expressão inglesa “hooligan”, utilizada para identificar torcedores violentos na Inglaterra. Apesar dessa pecha, a direção do clube prefere fazer outra leitura do termo. “Nós usamos o nome como um sinônimo de paixão e fanatismo, guerreiros da quadra. Não temos nada a ver com violência. Apesar de termos um rival em Curralinho, nunca houve histórico de confusão nos nossos jogos”, comenta a presidente Ediane Freitas.

História

Aos 10 anos de idade, a maior conquista

Embora seja um nome recente para a maioria dos torcedores da capital, o Hoollygans já tem uma história de 10 anos no município de Curralinho. “O Hoollygans surgiu da paixão pelo futsal de um grupo de amigos no ano de 2006. Eles foram o primeiro elenco de atletas que iniciou disputando torneios de férias em nossa cidade”, relembra Ediane Freitas, presidente do clube. Na cidade de Curralinho, o Hoollygans se tornou uma equipe muito popular na cidade. Ganhou torcedores e chegou a conquistar três torneios municipais. Após alguns anos de êxito em nível local, a direção resolveu se arriscar nas competições estaduais. Desde 2012, o time disputa o Campeonato Paraense e tradicionalmente avançava nas primeiras fases do torneio.

“Sempre ficávamos nas quartas de final. Resolvemos apostar para ir mais longe e esse ano investir para ser campeão”, relembra Ediane.

Dona de um bloco de carnaval na cidade de Curralinho, a diretoria canalizou os lucros da festividade para investir no time de futsal. Quando dois patrocinadores mais fortes se apresentaram para apostar no projeto, a direção procurou o técnico Alexandre Torres, ex-Clube do Remo, e iniciou o investimento na formação de um time mais caro e, em sua quase totalidade, de atletas importados.

Uma cidade que abraçou o seu clube

A fórmula parecia fadada a mais um sucesso, quando surgiu um imprevisto difícil de se contornar – os dois empresários deixaram de contribuir com o clube em agosto e a grana apertou. “Tínhamos três patrocinadores que ficaram no clube até agosto. Devido à crise econômica e política, perdemos dois, que se envolveram em eleições e deixaram o clube. Aí, replanejamos tudo e começamos a contar com os eventos internos do clube, mais ajuda de torcedores e bilheteria nos jogos”, explica a presidente Ediane Freitas.

Os jogos do Hoollygans no Ginásio Municipal de Curralinho atraíam um público de 2 a 2,5 mil pessoas por jogo, equivalente a 10% da população do município – que conta com pouco mais de 22 mil habitantes. “Jogar em casa era um espetáculo da torcida. Nunca botamos menos de mil torcedores em quadra. Os jogadores entenderam a situação e tocamos o projeto adiante”, relembra o técnico Alexandre Torres, que afirma que o clube ainda tem pequenas pendências com o grupo, mas espera até janeiro ter tudo quitado.

Elenco qualificado e importado

A aposta era clara – formar uma equipe forte e ser campeão – e, em nome disso, o Hoollygans praticamente importou uma equipe inteira. “Como a maioria dos atletas são de Belém, treinávamos aqui na capital e, nas vésperas dos jogos, que eram disputados em Curralinho, nos deslocávamos de barco e ficávamos hospedados em hotel enquanto ficávamos por lá”, explica o técnico Alexandre Torres.

O elenco do Hoolygans era formado por 14 atletas, 13 oriundos de Belém e apenas 2 nascidos em Curralinho. Em maioria, os atletas contavam com larga experiência no futsal paraense e nacional. “Nosso elenco foi composto por atletas de renome, inclusive de nível nacional e mundial, como é o caso do Biolay, que já atuou no Jaraguá, o Gigante, que já esteve no Corinthians Paulista, o Leandro que atuou em equipes do Sul, e o Diego Belém, que foi atleta do Minas, ASSOEVA e fez jogos da Sul-Americana pela seleção brasileira”, comentou Torres.

Com 80% desse elenco, o Hoollygans começou a temporada conquistando o torneio Bené Aguiar, derrotando a experiente equipe da Esmac, na decisão, por 2x1, em Ananindeua. Para a disputa do Campeonato Paraense, direção e comissão técnica apostaram na chegada de mais dois reforços – Diego Belém, campeão e craque do campeonato pelo Paysandu, em 2015, e Dedé. 

Curiosidades

A final do Paraense teve um componente inédito. O adversário era o Tubarão/CFZ, de Vitória do Xingu, e o clube mandou seus últimos jogos em uma quadra montada no meio do gramado do estádio Arena Xingu. A experiência foi inédita no futsal paraense e para atletas e comissão técnica do Hoollygans, que fizeram reconhecimento da quadra um dia antes. “Este piso, se fosse montado em sobre placas de madeira ficaria perfeito. Porém foi montado diretamente sobre o gramado, que é sintético. Ao pisar, as placas tinham certa flexibilidade e afundavam um pouco. O jogo ficou um pouco perigoso e propício a lesões pros atletas e fez também tornar o jogo um pouco mais lento”, relembra o treinador Alexandre Torres.

O fator novidade e as mais de quatro mil pessoas presentes na decisão não foram o suficiente para o Tubarão. Após vencer por 3x1 o primeiro jogo em Curralinho, a equipe marajoara venceu outra vez nos domínios do adversário e levantou o troféu com uma vitória por 4x1, dois gols de Biolay, um de Diego Belém e um de formiga, atuação que mere

(Taion Almeida/Diário do Pará)


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